domingo, 28 de março de 2010

O gato sou eu

- Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu!

Fernando Sabino

sábado, 27 de março de 2010

conteúdo das provas do primeiro bimestre - colégio logos

6° Ano

Data da prova Bimestral: 07/04/2010, quarta-feira, em duas aulas.

Conteúdo:

ü Grau dos substantivos: Páginas 12 à 15;

ü Substantivos: primitivo e derivado: Página 16;

ü Características de um texto jornalístico: Páginas 24, 25 e 34 (Título, Subtítulo e Lide);

ü Adjetivos: páginas 25 à 29.

ü Locuções adjetivas: página 31;

ü Concordância dos adjetivos com os substantivos: páginas 39 à 41

ü A posição do adjetivo na frase e a mudança de significado: página 41

ü Produção de texto: texto publicitário

Com: Chamada; Sologan; um texto curto, claro e explicativo e um logotipo Páginas: 19

Atenção: para estudar para a prova não estude apenas a teoria refaça os exercícios do livro.

7° Ano

Data da prova Bimestral: 06/04/2010, terça-feira, em duas aulas.

Conteúdo:

ü O que é suporte? O que é Slogan? O que é chamada? Qual é a diferença entre campanha publicitária/ anúncio e campanha de conscientização? O que é público – alvo? Páginas 23 à 36.

ü Imperativo páginas 36 à 43 e trabalho extrato dão em sala.

ü Produção de texto: campanha de conscientização com o uso do imperativo.

Atenção: para estudar para a prova não estude apenas a teoria refaça os exercícios do livro e os extras visto em sala.

8° Ano

Data da prova Bimestral: 12/04/2010, segunda-feira, em duas aulas.

Conteúdo:

ü Características de um conto (material distribuído em aula);

ü Particularidade do conto de mistério (material distribuído em aula);

ü Produção de texto: produzir um conto de mistério ( o tema será dado em prova)

ü Foco narrativo; (material distribuído em aula);

ü Adjunto adverbial: páginas 29 à31; 41à 44 e (material distribuído em aula);

ü Locuções adverbiais: página 34

ü Ordem direta e ordem inversa: Páginas 34 e 35

Atenção: para estudar para a prova não estude apenas a teoria refaça os exercícios do livro e os extras visto em sala.

9° Ano

Data da prova Bimestral: 09/04/2010, sexta-feira, em duas aulas.

Conteúdo:

ü Orações coordenadas sindéticas e assindéticas: páginas 13 à15;

ü Orações coordenadas sindéticas aditivas e adversativa : páginas 19 e 20

ü Orações coordenadas sindéticas alternativas, conclusivas e explicativas: páginas de 21 à28.

ü Características dos emails: páginas 41 à 44 e páginas 46 à 48;

ü Características dos textos de opinião: páginas 53 à 55.

ü Produção textual: email e texto de opinião

Atenção: para estudar para a prova não estude apenas a teoria refaça os exercícios do livro e os extras visto em sala.

Texto de opinião

No texto de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.

Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações. Observe:

a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que mais lhe agradam, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver.
b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler a sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor.
c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem fundamentar a ideia principal do texto de modo mais consciente, e desenvolva-os.

d) Pense num enunciado capaz de expressar a ideia principal que pretende defender.
e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a ideia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido.

f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor.

g) Após o término do texto, releia e observe se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a ideia está fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e, por fim, observe se o texto como um todo é persuasivo.

Conto

Características do gênero literário

O conto é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.


Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso.

Grande flexibilidade

Por outro lado, o conto é um gênero literário que apresenta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica. Os historiadores afirmam que os ancestrais do conto são o mito, a lenda, a parábola, o conto de fadas e mesmo a anedota.

O primeiro passo para a compreensão de um conto é fazer uma leitura corrida do texto, do começo ao fim. Através dela verificamos a extensão do conto, a quantidade de parágrafos, as linhas gerais da história, a linguagem empregada pelo autor. Enfim, pegamos o "tom" do texto.

Primeiros passos

Podemos perguntar também: Quem é o autor do texto? Seja na internet, numa enciclopédia ou mesmo nos livros didáticos, é bom fazer uma pesquisa sobre o autor do conto, conhecer um pouco sua biografia. É um autor contemporâneo ou mais antigo? É um autor brasileiro ou estrangeiro?

O conto quase nunca é publicado isoladamente. Geralmente ele faz parte de uma obra maior. Por exemplo, o conto "Uma Galinha", de Clarice Lispector, faz parte do livro "Laços de Família".

Seguindo adiante

Depois dessas primeiras informações, podemos fazer uma leitura mais atenta do conto: elucidar vocábulos e expressões desconhecidas, esclarecer alusões e referências contidas no texto. Também podemos pensar no título do conto. Porque o autor escolheu este título? Este esforço de compreensão qualifica - e muito - a leitura. Torna o leitor mais sensível, mais esperto.


O passo seguinte é fazer a análise do texto. No momento da análise o leitor tem contato com as estruturas da obra, com a sua composição, com a sua organização interna. Para analisar o texto, é bom observar alguns aspectos da sua composição. Algumas perguntas são muito importantes: Quem? O que? Quando? Onde? Como?


Formular as perguntas e obter as respostas ajuda a conhecer o conto por dentro:

· Quais são os personagens principais?

· O que acontece na história?

· Em que tempo e em que lugar se passa a história narrada?

· E algo bem importante: Quem narra? De que jeito? O narrador conta de fora ou ele também é um dos personagens?

Depois dessa análise, fica mais fácil interpretar a obra. Já temos uma base para comentar, comparar, atribuir valor, julgar. Nossa leitura está mais fundamentada. Fica mais fácil responder à pergunta: O que você achou do conto?

Resumindo as características do conto são:

- Narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no tempo em que se passa.

- A linguagem é simples e direta, não se utiliza de muitas figuras de linguagem ou de expressões com pluralidade de sentidos.

- Todas as ações se encaminham diretamente para o desfecho.

- Envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam em torno de uma única ação.

- As ações se passam em um só espaço, constituem um só eixo temático e um só conflito.

- A habilidade com as palavras é muito importante, principalmente para se utilizar de alusões ou sugestões, frequentemente presentes nesse tipo de texto.

Alguns tipos de conto:

  1. Contos de enigma ou mistério: são histórias que têm como eixo um enigma a ser desvendado;
  2. Conto de Fadas: são contos de fadas, onde aparece o sobrenatural, o maravilhoso;
  3. Contos maravilhosos são histórias que apresentam o elemento mágico, sobrenatural, integrado naturalmente nas situações apresentadas;
  4. Contos jocosos são histórias humorísticas ou divertidas.

Bibliografia:

STRECKER, Heidi. http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u25.jhtm. Acesso em: 27/0382010

http://www.infoescola.com/redacao/conto/. Acesso em: 27/0382010

Diferenças entre Língua Padrão, Linguagem Formal e Linguagem informal.



Língua Padrão: A gramática é um conjunto de regras que estabelecem um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas pelo falante.
Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretudo associados ao contexto social em que a fala é produzida. 

Informal: Num contexto em que o falante está rodeado pela família ou pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo usar expressões normalmente não usadas em discursos públicos (palavrões ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente só é usada na linguagem informal, em português europeu, é o adjetivo “chato”.

Formal: A linguagem formal, pelo contrário, é aquela que os falantes usam quando não existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superiores hierárquicos ou quando têm de falar para um público mais alargado ou desconhecido. É a linguagem que normalmente podemos observar nos discursos públicos, nas reuniões de trabalho, nas salas de aula, etc.

Portanto, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, ou escrever de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário (linguagem) que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a nossa necessidade.


 
Não esqueça!!!

Muitos acham que linguagem informal é aquela em que usamos gírias, ISSO NÃOÉ VERDADE .... Podemos fazer uso da linguagem informal sem usar gírias. Por exemplo, quando digo: 

- A gente vai ao cinema Edu?

 “a gente” é informal  e “ Edu” , um apelido também indica um intimidade típica da linguagem informal.

Então, o que indica se a linguagem é informal ou não, não é apenas o uso de gírias, mas outros aspectos como o grau de intimidade, familiaridade entre os interlocutores (aquele que fala e aquele para quem se fala)